A leitura convencional baseada em livro obriga o leitor a ler linearmente, a se submeter a uma ordem preestabelecida. Já a leitura realizada através do computador pode ser feita de forma variada, intermitente devido ao “ambiente”, texto ser elaborado com o objetivo de não somente ler, mas para navegar.
Theodore Nelson criou o termo hipertexto que seria uma espécie de mapa com percursos variados conectados por pontos acessáveis. O leitor ou usuário poderia acessar partes do sistema em qualquer ordem.
Pierre Levy (filósofo francês) define hipertexto como:
Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras,
páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, seqüências sonoras, documentos complexos que
podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em
uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo
reticular. Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode
ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira.
(LÉVY, 1993, p. 33) http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Leituras%20sobre%20hipertexto.pdf
Para o filósofo o hipertexto é “uma matriz de textos potenciais” (1996,p. 40) realizados na interação com o usuário. Visto sob esse prisma, o hipertexto é o produto da leitura de qualquer texto e o “ato de leitura é uma atualização das significações de um texto, atualizações e não realização (1996, p.41-42).
O hipertexto e a hiperleitura que ele permite e produz transformam as relações possíveis entre as
imagens, os sons e os textos associados de maneira não-linear, mediante conexões eletrônicas, assim
como as ligações realizadas entre os textos fluidos em seus contornos e em número virtualmente
ilimitado. Nesse mundo textual sem fronteiras, a noção essencial torna-se a do elo pensado como a
operação que relaciona as unidades textuais recortadas para a leitura. (Chartier, 2002, p. 108-109)
http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Leituras%20sobre%20hipertexto.pdf
Os EUA foram o berço da indústria de computadores. Para os pesquisadores americanos, o hipertexto envolve principalmente elementos como a nao-linearidade e a maior interligação entre textos. Abre polidades de caminhos e sentidos múltiplos, construidos pelos usuários à medida que opta por determinados links e não por outro.
Um hipetexto tem como características fundamentais:
- Intertextualidade;
- Interatividade;
- Velocidade;
- Precisão;
- Dinamismo;
- Acessibilidade;
- Estrutura em rede;
- Transitoriedade;
- Organização multilinear.[3]